29/04/2013

[RESENHA] Psycho Pass


Quando a sociedade é submetida a um sistema de inteligência artificial, o que devemos fazer? Tornar-nos passivos diante de nossa falsa liberdade, ou lutar pra romper tal sistema e só assim tornar o homem, homem.


Psycho Pass se passa em mundo futurista onde as pessoas vivem tranquilamente nas ruas sem qualquer medo pois sabem que graças ao Sistema Sybyl (SS), somente as pessoas corretas circulam pelas ruas e aquelas com tendências criminosas logo são identificadas e colocadas em reclusão. Nessa época, encontra-se Akane, uma jovem agarota que acabou de se formar e por várias habilidades, o SS lhe recomenda que ela trabalhe no ministério da defesa. Por ser uma garota tranquila, ela pode ajudar a combater o crime. Lá ela encontra os cães de caça, ex-criminosos que agora tem uma chance de reintegração a sociedade ajudando os policias.


Psycho Pass (PP) é um anime original e inquietante com sua história misturando o futuro pós-apocalíptico com os designs dos personagens feitos pela maravilho Akira Amano, isso mesmo, a autora de RBEORN! Participou do projeto fazendo o character dos personagens. A história foi desenvolvida por Gen Urobochi, aquele cara fodão dos roteiros que também escreveu o roteiro de Madoka Magica entre outras séries mais adultas.


Há um clima sempre muito apreensivo no decorrer dos episódios, há um clima de conspiração em todo anime. Essa questão dos criminosos estarem ajudando os policiais deixa uma brecha a pensarmos na forma como eles são tratados, que aqui não são como humanos, mas sim como cães de caça que devem obedecer a todas as ordens de seu dono. Assim também ficamos apreensivos pois os personagens não são totalmente planos, deixando uma ponta de curiosidade, uma duvida se a qualquer momento eles se rebelaram contra o sistema que lhe é imposto.


Na parte técnica, o anime é incrível pois temos os dedinhos mágicos (e ricos) da Production IG bancando boa parte do anime. As musicas são muito contagiantes, com um clima futurista, tudo sendo bem planejado e encaixando perfeitamente.


Apesar de ser uma história o original, não penso que o anime tenha este caracter puramente comercial (que é a base de todo animes mesmo). PP é um anime que nos faz pensar um pouco sobre a nossa sociedade atual e refletirmos sobre qual será o nosso futuro, para onde a humanidade está caminhando. Muito diferente de outros anime cyber-punks, penso que PP é o que mais se mostra próximo a nossa realidade.


Agora imagine andar em um mundo em que não precisamos nos preocupar com nada, sem medo de ser assaltado na rua, sem medo de ter alguém invadindo sua casa. Tudo isso parece um sonho utópico, mas não são só maravilhas. Penso pelo lado ruim, este mesmo sistema que lhe protege também é o mesmo que decidirá o que é melhor para sua, já que você é um cidadão bom e está apto para viver na sociedade.


Sybyl é um sistema que pensa por si só. Através de seu julgamento ele tenta mostrar que é possível transformar a sociedade japonesa num exemplo para o resto do mundo. Sim, porque de acordo com o anime, ele só existe no Japão, tornando sua sociedade já conservadora, em uma sociedade plana, onde não há nenhuma mudança drástica, onde todos os habitantes são livres, desde que obedecendo ao sistema.


Pra quem procura uma história interessante, PP é um anime ótimo, pois mostra como a nossa sociedade é maleável e mostra certinho como cada um reage a determinadas ações que aqui ocorrem. Por contar algo mais sério, temos aqui sangue, brigas, reflexões, filosofias e até um pouco de comédia. Tudo muito bem trabalhado e executado. De ponto negativo, fico apenas triste com o final da história. Achei que os últimos episódios foram corridos demais para encerrar a história de Akane.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário